Como é que se pode sofrer tanto a ver o Festival da Eurovisão?

É verdade meus amigos, eu sinto-me mesmo idiota por ter sofrido tanto a ver a semi-final do Festival Eurovisão da Canção, mas sofri mesmo.

Primeiro, quando vi a "nossa" Sofia a subir ao palco fiquei queito, calado, com os olhos a encherem-se de água e o coração a bater com força. Já sei, é um bocadinho demais, mas não há quem sinta o mesmo a ver uma equipa ou a selecção portuguesa a jogar no estrangeiro? Acho que é a mesma coisa!

A nossa língua encheu-me de orgulho, o esforço dos nossos representantes, que tão bem nos defenderam, até coreografia ensaiaram, fez-me acreditar e a doçura selvagem da nossa "Victória" fez-me achá-la bela. Simplesmente adorei!

Voltei a sofrer quando chegaram os fatídicos subscritos onde estavam os 10 semi-finalistas com bilhete para a final, o Grande Festival da Eurovisão.

Um evelope... Sérvia! Dois envelopes... Malta! Mais um... Holanda! Outro... Albânia! O meu coração já estava a 120! Mais outro... Ucrânia! Comecei a ficar preocupado! Abre-se o sexto... Crácia! ... Bósnia! E eu já tremia! Mais um... Macedónia! E eu já nem conseguia olhar para a televisão! O penúltimo... Grécia! Ai! Só faltava um. ...Chipre!

Splash! Um balde de água fria!

Fiquei tão triste que nem conseguia olhar bem para ninguém. Estava com o meu namorado e o nosso padrinho e senti-me a desfalecer, não conseguia falar com eles! Tinha o site para actualizar, mas fiquei sem vontade de dar as más notícias "aos nossos leitores". Coloquei uma caixa na parte de cima da página principal com as palavras "Deixem-nos digerir a derrota por uns minutinhos!"

Como é que se pode sofrer tanto a ver a Eurovisão?
Eu respondo! É mesmo este o espírito de quem segue afincadamente o Festival. É por isso que o logotipo deste ano tem um coração, porque a UER já percebeu que existe uma legião de fãs que vibra, ri, chora, sofre, festeja, enfim, vive intensamente este acontecimento.